Anfavea vê alta de 5% nas vendas em 2012

A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, projetou crescimento de 4% a 5% no mercado de veículos novos em 2012, o que significa a renovação do recorde de vendas obtido neste ano. A expectativa é que os brasileiros comprem de 3,77 milhões a 3,81 milhões de veículos – entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – no período. A entidade está confiante que as montadoras nacionais, diferentemente do que aconteceu neste ano, conseguirão ganhar espaço no mercado interno, em razão dos obstáculos colocados às importações de carros, como o aumento de 30 pontos percentuais do IPI previsto no novo regime automotivo e que deve entrar em vigar a partir do dia 16. As estimativas para 2012 apontam para um avanço de 2% na produção, totalizando 3,49 milhões de veículos. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, disse ontem que a atividade do setor será mais concentrada no mercado interno, já que, segundo as previsões, as exportações devem recuar 5,5% no ano que vem, para 510 mil veículos. Os números traçados pela Anfavea também levam em conta as recentes medidas anunciadas pelo governo para estimular o consumo doméstico, a queda dos juros e um cenário de boa disponibilidade de crédito. Neste ano, o crescimento das vendas foi sustentado pela invasão de carros importados no Brasil. Até novembro, as importações de veículos, estimuladas pelo real valorizado, subiram 32,3%, somando 763,8 mil unidades. Já as vendas de veículos nacionais recuaram 1,4% em igual período, totalizando 2,52 milhões de unidades. A situação levou o Brasil a acumular um déficit comercial de 270,6 mil veículos entre janeiro e novembro, mais do que o dobro em relação ao saldo negativo de 2010 (106,2 mil unidades). Ao comentar os resultados em entrevista coletiva à imprensa, Belini disse não ter informações sobre novas medidas de estímulo ao setor, no momento em que o governo toma iniciativas para aquecer a economia. O setor vive a expectativa de uma reedição do regime automotivo, que pode sair até a próxima semana, flexibilizando as regras para as marcas com planos de produzir no país. Por enquanto, Belini avalia que a reversão de parte das ações do governo para restringir o crédito ao consumo – as chamadas medidas macroprudenciais – e a distensão da política monetária já são suficientes para dar um estímulo às vendas de carros. "O incentivo já foi a flexibilização das medidas macroprudenciais e a queda dos juros. Eram as medidas que estávamos esperando e que aconteceram." A Anfavea revisou de 5% para 3,3% a expectativa ao crescimento do mercado neste ano – agora estimado em 3,63 milhões de veículos. A previsão ao crescimento da produção segue em 1,1%, para 3,42 milhões de unidades. Isso significa a venda de 345 mil veículos e a produção de 276 mil unidades em dezembro. De janeiro a novembro, as vendas de veículos no país subiram 4,8% na comparação anual, chegando a 3,28 milhões de unidades. Já a produção teve um avanço mais tímido, de 0,9%, totalizando 3,14 milhões de unidades. De acordo com Belini, as tradicionais férias e folgas concedidas pelas montadoras no fim do ano devem ajudar o setor a ajustar seus estoques, que ficaram em 35 dias no fim de novembro. O giro ficou abaixo dos 40 dias de outubro, mas ainda acima do ideal, que seria um patamar mais próximo dos 30 dias.

8/12/2011