Reforma da Previdência e a Infraestrutura foram temas do XIX Seminário Brasileiro do TRC

O setor que transporta grande parte da riqueza do Brasil se encontrou mais uma vez em Brasília para a realização do Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, iniciativa da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. O evento está na sua 19ª edição e reúne parlamentares, autoridades governamentais, lideranças, entidades, confederações, federações, representantes do meio acadêmico, técnicos e a sociedade em geral. O presidente da FETCESP,  Carlos Panzan, e presidentes e diretores de sindicatos do Estado de São Paulo participaram do evento.

A Reforma da Previdência e a Infraestrutura foram os temas escolhidos, divididos em dois painéis de debates. “Em 19 anos, temos trazido os assuntos de interesse do setor. Dentre as tantas reformas que precisam ser feitas para destravar o país, a da previdência é uma das mais importantes para o desenvolvimento econômico e para garantir os investimentos em infraestrutura”, explica José Hélio Fernandes, presidente da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística – NTC&Logística.

Na abertura do seminário, o deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP), presidente da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, ressaltou que o país espera a mudança e o crescimento, principalmente para melhorar as rodovias e beneficiar os caminhoneiros.

Na Câmara, o seminário foi solicitada pelo deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), autor de muitos dos requerimentos para a realização dos debates nessas quase duas décadas. O parlamentar defendeu que os governos precisam “olhar com mais respeito” para o transporte de cargas e lembrou a greve dos caminhoneiros em 2018 que parou o país.

O Brasil tem vários modais de transporte, mas o rodoviário responde por 70% do total. O custo Brasil, os altos preços do diesel, o valor do frete, a falta de manutenção dos veículos foram citados como alguns dos entraves a serem enfrentados. “Há uma situação de quase falência, precisamos sensibilizar o governo”, alertou o deputado Mauro Lopes (MDB-MG), vice-presidente da Comissão de Viação e Transportes.

A direção da Polícia Rodoviária Federal foi representada por João Francisco Ribeiro, que reconheceu necessidade de garantir maior segurança nos 65 mil km de rodovias espalhadas pelo Brasil. O roubo de cargas é uma das atividades criminosas que precisam ser enfrentadas, com a cooperação de outros órgãos e da iniciativa privada. “A falta de um efetivo maior tem dificultado o trabalho”, reconheceu João Ribeiro.

A preocupação com a sobrevivência dos transportadores autônomos está no foco de Diumar Bueno, presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA). Segundo ele, os preços dos fretes estão muito inferiores em relação ao custo do óleo diesel. A confederação diz que está havendo um ataque frontal à lei do piso mínimo de frete. Diumar Bueno defende que a legislação ofereceu um salto de qualidade para os transportadores.

O vice-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti, concorda que quando há crescimento econômico, a lei da oferta e da procura prevalece. Ele espera, também, a aprovação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas, atualmente em tramitação no Senado e discutido no Congresso por mais de três anos. “Que todos levantemos a bandeira das reformas estruturais que o Brasil precisa”, concluiu.

Com informações da NTC&Logística